Associações comunitárias: trabalho duro e conquistas demoradas

Conheça mais sobre associações comunitárias

Publicado em 22/05/2014 - 12:00
Associações comunitárias: trabalho duro e conquistas demoradas

Só quem é líder comunitário sabe que o trabalho é difícil e, muitas vezes, demora anos e anos para aparecer. E, mais, não há salário e a pressão é grande. Contudo, aqueles que abraçam a causa de seu bairro costumam ter paciência e insistência para fazer as mudanças acontecerem. Nascido no final dos anos 1970, o Centro Comunitário Monte Alegre, do bairro histórico de mesmo nome, tem uma estrutura que serve como modelo a associações mais recentes.

A associação do bairro tem sede própria com consultório médico e odontológico, que foi resultado de anos de trabalho. As reformas e melhorias são resultados do trabalho dos líderes, que em 2006 conseguiram uma doação da VCP (atual OJI Papeis Especiais) de R$ 56 mil, que foi usada para reformar todo o prédio.

Líder comunitário há décadas, o aposentado Fortunato Fleury Sunhiga é o atual vice-presidente do Monte Alegre, mas já ocupou o cargo de presidente, tesoureiro, entre outros. Ele mora há 30 anos no bairro, onde conheceu a esposa e casou. “Nós temos médico e dentista para a comunidade e também o pessoal do São Jorge (bairro vizinho que usa a mesma estrutura). O atendimento é muito bom e os moradores não precisam se deslocar para a cidade para ir ao médico”, diz ele.

O atual desafio da comunidade é conseguir a recuperação da avenida Comendador Pedro Morganti, principal do bairro. “Tem muitos buracos por causa do tráfego de caminhões pesados. A licitação para reforma deve sair nesta quarta-feira (21)”, diz o Sunhiga, que atualmente espera pela nova eleição, já que está em mandato tampão.

Cheia de conquistas, a líder comunitária Cleusa Maria Adão Aguiar, 60, representante da Associação de Moradores do Parque dos Eucaliptos, região Sul da cidade, diz que muito já foi feito, mas ainda há trabalho.

Cleusa afirma que o trabalho é puxado e o líder comunitário deve ter bom senso, além de estar preparado para ouvir as pessoas. “Ele trabalha mais que vereador porque vive 24 horas na comunidade e divide os problemas”, declara.Há mais de 30 anos, quando se mudou para o bairro, não havia luz, água encanada, esgoto, escola ou asfalto. Na região atendida pela líder comunitária existem 40 mil famílias. “Agora, melhorou muito e a qualidade de vida é outra. Temos empregos, as pessoas estudam, temos duas creches grandes”, diz.

A principal conquista da comunidade veio depois de muitos anos de trabalho, os moradores do Parque dos Eucaliptos vão conseguir a escritura de seus lotes, um sonho de décadas. “Nosso próximo desafio é um centro cultural, porque temos muitos talentos aqui na periferia”, diz Cleusa cheia de ânimo.

Há quatro anos foi criada a Associação dos Proprietários e Moradores do Bairro Colinas de Santa Izabel. A região reúne 2.000 pessoas (segundo censo feito pelos moradores em fase de conclusão), mas não tem luz em todas as ruas, água encanada e asfalto.

A operadora de máquinas Tereza Nunes dos Santos, 51, conselheira da associação e também fundadora, afirma que o bairro é abandonado e quase não recebe benfeitorias. “Fundamos a associação para lutar por essas coisas e já conseguimos algumas melhorias”, diz ela.

Tereza disse que as ruas estão mais transitáveis e algumas ruas foram iluminadas, além disso, a rede de água está sendo ampliada. “Ainda temos que conseguir asfalto, rede de luz nas ruas e outras coisas”, diz ela.

Como os outros líderes, o trabalho é voluntário e como não há sede, as reuniões são feitas nas casas dos membros da diretoria, mas nem isso tira o ânimo do grupo, que já pensa em novas conquistas.

Como se organizar?

A sociedade civil pode se organizar em associações comunitárias para discutir e reivindicar melhorias para seu bairro, escola ou região. A participação e organização são previstas na Constituição Brasileira e permitem ao cidadão interferir na vida de sua cidade. A participação é voluntária.

Compartilhe

Voltar

Cadastro

Fique atualizado (a)!

Queremos estar próximos à você! Para receber nossas publicações e ficar por dentro das ações e propostas do Observatório para melhorar a transparência pública e mobilidade urbana de Piracicaba, preencha os dados ao lado.